#UmaChanceDeRealidade ~ Capítulo 11 ~ It’s all your fault

New York, Estados Unidos

- Chegamos – disse Pattie a Justin.

- Onde é nossa casa? – ele perguntou.

- Já compramos, mas não está mobiliada. Vai demorar umas duas semanas para arrumar tudo... Então enquanto isso vamos ficar no Empire Hotel.

- Hm... – Justin não parecia muito satisfeito.

- O que foi?

- Não queria estar aqui. Queria ir para Atlanta.

- Isso é só pela sua segurança – disse Scooter – quando as coisas acalmarem, voltaremos pra lá.

- Ok, ok... – disse Justin – onde fica o hotel?

- West 63rd Street. É aqui perto.

- Vou andando, quero conhecer a cidade.

- Nada disso garoto – disse Kenny, segurando a gola do casaco de Justin por trás – é perigoso demais. Você vai no carro com a gente.

Justin revirou os olhos e ajeitou a gola da blusa. Sempre fazia isso quando estava nervoso.

Londres, Inglaterra.

Apenas ouviu uma buzina de caminhão e viu dois faróis à sua frente. Depois tudo ficou escuro. O motorista desceu do caminhão e foi ver se ela estava bem.

- Meu Deus! O que eu fiz?! – disse ele.

Ela sangrava muito, na testa principalmente. Ele pegou o celular no bolso dela e viu os números recentemente discados: Danielle, Marty, Lilian, Danielle, Danielle... Ele ligou para Danielle.

- Kristen? – atendeu ela.

- Dona, eu não sei o que essa menina é sua, mas eu atropelei ela. É uma menina alta, tem cabelos loiros, olhos castanhos e...

- Kristen!!!! – ela o interrompeu – O que aconteceu?? Onde ela está??

- Está quase na esquina da Offel Court. Ela atravessou a rua, eu não vi e a atropelei.

- Por favor, ligue para uma ambulância! Eu vou para aí!

Ela desligou o telefone e saiu de casa. Estava chorando, sabia que a culpa era sua. Correu por toda a rua, estava chuvendo muito forte. Ela avistou de longe um caminhão encostado na calçada, e uma menina caída.

Ela correu e chorou ainda mais. Quando chegou, apenas abraçou Kristy. O motorista, Jerry, ligou para ambulância.

- Alô? É, preciso de um ambulância. Atropelei uma menina, ela ta sangrando muito. Ta bem, obrigada – ele desligou – Estão mandando uma ambulância.

Danielle ligou para Marty. Nem ela sabia o porquê, mas foi um dos primeiros números no celular de Kristen e ele morava perto.

- Oi Kris – ele atendeu.

- Marty? Aqui é a tia da Kristen! Aqui, só me ouve, eu sei que o que eu fiz foi errado, mas a Kristen foi atropelada, eu to com ela aqui na rua, ela não responde, não se mexe, por favor vem pra cá!

Ele saiu de casa e foi correndo. Quando a ambulância chegou, ele queria ir junto, mas Danielle disse que seria melhor que ela fosse sozinha.

Chegaram ao hospital, e Danielle não podia ficar na sala. Fizeram muitos exames em Kristy. O estado não era o melhor, mas era estável. Quando terminaram os exames, já eram quase 5 horas da manhã. Deixaram Kristy no quarto repousando, ela ainda estava desacordada, e o médico, Paul, foi falar com Danielle.

- Então, doutor? O que aconteceu? Ela vai ficar bem?

- O estado dela não é o melhor, mas é estável. Ela está bem.

Danielle soltou um suspiro de alívio.

- Mas, infelizmente... Ela perdeu os movimentos das pernas.

Danielle teve um choque.

- O que??? Como assim, ela não vai mais andar? Não vai mais dançar? – ela quase começou a chorar – Como... Como assim?

- Infelizmente... A batida foi bem forte. Mas, há solução, ela não perdeu completamente os movimentos – o médico pegou os raios-x – está vendo? A coluna não quebrou, apenas “saiu do lugar”.

- Então um colete resolveria isso?

- Na verdade, não. É grave demais para isso. Só uma cirurgia poderia solucionar.

Danielle chorou.

- Não acredito, a minha bebê – momento constragedor – vai ter que operar?!

- É só uma opção, se ela quiser voltar a andar.

- Mas é claro que ela quer! Então... Onde ela pode fazer, quando?

- Essa é a parte ruim. Os hospitais na Inglaterra não têm os recursos necessários. Uma cirurgia desse nível só seria possível nos Estados Unidos. A cirurgia menos arriscada seria no Lenox Hill Hospital, em New York.

Danielle começou a andar em círculis na frente do doutor.

- Então... – ela disse – isso quer dizer... Que terei que mudar para os Estados Unidos?

- Se quiser que Kristen volte a andar, sim.

O dr. voltou para o quarto onde Kristy estava. Ela ainda estava dormindo.

- Kristen, acorde. Temos que fazer uns exames.

Ela se mexeu um pouco, mas não acordou.

- Kristen, vamos, acorde.

Ela abriu os olhos devagar, e finalmente acordou.

- o que... o que aconteceu? – ela falou, devagar.

- do que se lembra?

- só... de um caminhão ter batido em mim – ela botou a mão na testa, estava doendo ainda – onde eu estou?

- você está no hospital. A batida foi feia.

Dr. Paul pegou os raios-x da coluna de Kristy.

- Nossa! Mas o que aconteceu?! Eu não to sentindo minhas pernas, o que ta acontecendo?!

- Está vendo? – dr. Paul mostrou os raios-x. A coluna de Kristy não estava normal – é sua coluna.

Kristy se assustou com os raios-x.

- meu Deus! Mas por que não sinto minhas pernas?

- Pois. Você sofreu uma lesão grave na coluna.

Kristy sabia o que estava acontecendo. Só não queria acreditar.

Dr. Paul saiu do quarto.

- Ela já acordou, quer falar com ela? – ele perguntou à Danielle.

- quero.

Danielle hesitou antes de abrir a porta, mas entrou.

- olá, querida.

Kristy a ignorou.

- olhe pra mim, Kristy...

Kristy virou o rosto.

- Por favor, Kristy, olhe pra mim...

- Você sabe que isso tudo é culpa sua.

Danielle não falou mais nada, apenas assentiu de cabeça baixa.

- Eu não vou poder mais andar, não é...? – Kristy disse, com o rosto ainda virado, segurando o choro.

Danielle hesitou, mas assentiu.

Kristy começou a chorar.

- Eu tenho duas notícias... – disse Danielle – uma boa e uma má. Qual você quer primeiro?

- a boa.

- a boa é que você pode voltar a andar, se fizer uma cirurgia.

- e... e a má?

- a má é que – ela deu um longo suspiro – essa cirurgia só está disponível nos Estados Unidos.

- O que??? Quer dizer que eu vou ter que largar tudo?? Meus amigos, escola, tudo??

- ...é.

Kristy baixou o rosto e cruzou os braços. Danielle saiu do quarto.

Kristy pegou o telefone e ligou pra Tiago. Ele ainda não sabia de nada.

- Tiago? –perguntou ela quando ele atendeu.

- oi baixinha, sou eu... Por que tá me ligando às 5h30 da manhã?

- Tiago, eu... to no hospital.

Ele levou um susto.

- aiaiai, Kris, o que você andou aprontando?

- eu fui atropelada...

- o quê?! Como assim?!

- é, isso mesmo. Eu não vou poder mais andar.

Tiago ficou desesperado.

- Onde eu posso te encontrar? Quando? Eu tenho que falar com você, eu tenho que ver você!

- Acho melhor eu não receber visitas por enquanto... quando eu voltar pra casa eu aviso...

- tá. Fica bem, ok?

- vou tentar.

Ela desligou o telefone e dr. Paul entrou com Danielle no quarto.

- Então, Kristen. Posso pedir que tente se levantar?

Kristy se mexeu para o lado, mas suas pernas não mexiam. Ela as colocou pra fora da cama com a ajuda das mãos, mas as pernas não se moviam.

- Não dá – disse ela, quase chorando – não consigo.

Danielle e o Dr. Paul se entreolharam.

- Nós vamos para New York. – disse Danielle.

Ta aí o capítulo 11! Espero que gostem! Queria 4 comentários :3 beijooos